sábado, 11 de agosto de 2012

Cinema de Garagem

Uma série de debates realizados durante a Mostra do Filme Livre podem ser ouvidas no link do evento

Cinema de Garagem

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

Reflexões sobre o Cineclubismo

Reflexões de Luciano, do Cine Juparanã, de Linhares:

"É sim tarde da noite, ou melhor, já é madrugada a fora, que por aqui sigo assistindo alguns curta metragens, entre eles me deparo com o Curta "Meninos da Guarani" de Markus Konká, e me leva a refletir sobre a violência urbana, mais que isso, sobre os talentos e chamas de esperança que se apagam nas ruas de nossas cidades.
 
E o que fazemos nós? Como apenas refletir?
 
Quando todo processo de humanização, toda luta por mais dignidade, vai atravessar as chamadas de marketing de nossos Governantes e se tornarem realmente reais?
 
Dai , sinto o calor do cineclubismo que acredito, a possiblidade de levar as pessoas a refletirem sobre o cotidiano e a realidade através da tela, da imagem em movimento. E, baseado neste contexto, me vem à mente a lembrança de muitos dos Cineclubes do Rio de Janeiro que persistem exibindo nos bairros de periferia. É, de fato, uma oportunidade, além da democratização do acesso ao cinema, da formação de espaços de resistência e reflexão, quando, através do cineclubismo, podemos contribuir para um caldo cultural que possa incentivar mudanças de atitude e comportamentos. Um espaço que após a exibição de filme, passa a ser um espaço de reflexão e ações, no que tange à busca por condições dignas de vida.
 
Poderia citar dentro do universo que tenho por conhecimento, o trabalho do Cineclube Olho da Rua e do Cineclube Kbeça que funcionam no ES. Me vem o Centro de Referência da Juventude e algumas ações que são realizadas ali.
 
Dai, conclamo os cineclubes a manter vivas estas chamas de esperanças, crianças e jovens, mantê-los pensantes sempre, vivos de cultura e atitudes de paz, buscando e sonhando sempre com um amanhã melhor, com mais oportunidades.
 
É neste cineclubismo que eu acredito, acredito que dentro do conceito desta viajem minha, sendo delírio ou não, começamos bem, quando pensamos em cineclubismo e educação, mas precisamos e podemos pensar mais, dentro do universo do cineclubismo e suas ações. Temos cineclubes ambientais discutindo a questão ambiental, temos cineclubes discutindo a questão da sexualidade, temos cineclubes discutindo a violência, temos uma alta gama de variáveis. E creio ou acredito que precisamos buscar formas e projetos, a nível de Conselho Nacional, que possam contribuir para um Brasil mais digno, um Brasil de paz, um encontro de nossa pluralidade e diversidade cultural, na busca de uma cultura de paz. Uma ação que possa contemplar todas estas variáveis.
 
O cineclubismo que acredito é capaz de transformar comportamentos, capaz sugerir ações, e capaz de ser um caldo para o nascimento de idéias e pensadores.
 
Necessitamos cada vez mais ocupar os espaços então ocupados pela violência e morte, precisamos invadir estes espaços mal ocupados, seja através do cinema, seja através de outras e diversas manifestações.
 
E que esta ocupação não seja fruto da mídia ou de discursos de Governos preocupados com o voto ou com a Campanha do ano que vem, mas fruto de Políticas Públicas e da organização da sociedade civil, que não seja de fora para dentro mas de dentro para dentro, aliando a conciência comum de cada um em sua comunidade somado a ações coletivas.
 
Me perco em toda odisséia do que estou pensando agora, mas me deixo levar por acreditar que o cineclube é ferramenta fundamental no que tange a formação de idéias e pensadores, no que tange a formação do cidadão e formação de atitudes e ações.
 
Eu fico, no texto de Augusto Cury no Romance o Vendedor de Sonhos, quando um andarilho se curva diante dos Professores e declara: " Uma sociedade que aparelha muito mais quem pune do que quem educa, é uma sociedade doente."
 
Logo me vem a frase do Cineclubista Orlando Bonfim, no filme documentário Diálogos:
"... Cineclube... é se posicionar perante a vida..."
 
Viva ao cineclubismo e suas possibilidades!
 
Por uma cultura de paz, por mais humanidade e dignidade de vida."

-- 
Luciano Guimarães de FreitasDiretor de Relações Institucionais
Cineclube Juparanã
 
 

domingo, 23 de maio de 2010

Broder estréia em setembro!

Jeferson De fala de Broder na oficina realizada em Vitória no Seminário Africanidades

domingo, 18 de outubro de 2009

Imagens da V Mostra de Produção Independente

 

1- Maria Lúcia, Jeferson De (o fotógrafo!) e eu na festa de abertura.

                                2- Zózimo Bulbul, Jeferson De e Felipe.


3- Mirian, Tatiana Rosa, Domingas Dealdina, Selma Dealdina, Joel Zito Araújo, Val e eu.


4-Ao centro, Saskia Sá (presidente do CNC) e João Baptista Pimentel (CNC), ladeados das produtoras Alana e Andréa Ribeiro.


5- Fabrício Noronha, Penha Garcia, Tião Xará, Hugo Reis e Fran de Oliveira(Casa Melancia).


6- Simone Alvin, Jeferson De e Jefinho Pinheiro (diretor de Agrados para Cloé).


7- Garotada das escolas públicas Almirante Barroso, Renato Pacheco e Aristóbulo B. Leão na Mostra Ação Audiovisual.


8- Meninas do apoio distribuem refri e pipoca para a garotada.


9 - Paulo Gois e Maria Inês Dieuzeide (Assessoria de comunicação).


10-Casa pronta para a Mostra.


11-Debate com Luciano Vidigal e Luciana Bezerra (Nós do Morro), Sáskia Sá (CNC), Fábio Carvalho e Thayane (Fórum estadual da Juventude Negra.


12- Zózimo Bubul, Biza Vianna e Jeferson De na platéia.


13- Luciano Vidigal (Nós do Cinema).


14- A simpatia da Zezé Motta, posando com as bravas meninas do apoio.


15-Sagaz e Pandora apresentam os premiados da V Mostra.


16- Zezé Motta homenageia Markus Konká.



17- Os grandes premiados Ramon Zagoto e Natanael Souza, autores do vídeo Maicoun Diequison, com o ator Carlos Henrrique Abelhão.


18- Zezé Motta e Pe. Kelder José Brandão, coordenador da Pastoral da Arquidiose de Vitória.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Cinema em Negro e Negro

Clique na imagem para ver a programação

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Curta a Educação

Amanhã, dia 29 de setembro, 14h, Curta a Educação apresenta: Histórias do Cinema Brasileiro, uma seleção de curtas da Programadora Brasil sobre o cinema nacional.

Filmes:

Simeão Martiniano, o Camelô do Cinema - Clara Angélia e Hilton Lacerda - 14'
sinopse: documentário que usa a ficção para falar sobre a perspectiva de um cineasta-camelô alagoano radicado em Pernambuco.

O homem do Morcego - Ruy Solberg - 17'
Documentário sobre Mário Peixoto, um dos pioneiros do cinema brasileiro, autor de "Limite", clássico da década de 30.

Como se Morre no Cinema - Luelane Corrêa - 20'
Docu-ficção: memórias autobiográficas do papagaio que participou da filmagem do clássico Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, em 1962.

domingo, 13 de setembro de 2009

Selecionados para a Mostra Cinema em Negro e Negro

A comissão de seleção da Mostra, formada por Ana Cristina Murta, Fran de Oliveira, Lizandro Nunes, Luciana Gama e Hugo Reis, assistiu a todo o material inscrito, avaliou as produções e depois organizou as diversas propostas estéticas e gêneros para compor a Mostra Competitiva. 24 produções foram selecionadas.

A V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro abordará a produção audiovisual do cinema negro envolvendo o circuito cultural Brasil e África. Para isso, o evento contará com um seminário para discutir a temática e com uma Mostra Paralela que exibirá produções do cinema negro.

Resultado da seleção para a Mostra Competitiva da 5ª Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro

A Retomada do Linharinho / Ricardo Sá / 11'

Agrados para Cloê / Jefinho Pinheiro / 21'

Any Distance / Gabriele Stein / 3'10"

Avenca / Erly Vieira Jr / 10'

Cineclipe - A Sorte da Bússola Sem Norte / Gustavo Macaco / 8'

Cinema de Janela / Fabricio Noronha / 5'

Como se fosse ontem / Gustavo Moraes / 6'

Congo a voz do tambor / Memória Digital / 18'

Controle Technique - Doctor Love / Beto / 3'

Das antigas ao myspace / David Travaglia / 13'40"

Dentro e Só / Bruna Santos Silva / 13'50"

DR / Helena Santos / 2'40"

Entre atos / Jefferson Rodrigues da Silva / 10'

Estação Itueta / Bianca Sperandio / 17'

Frames / Edson Ferreira / 14'30"

Grito do Povo / Ricardo Douglas / 15'

Judiaria / Patricia Bragatto Guimarães / 1'

Máicou Diéquison / Ramon Zagoto / 8'50"

N’goma / João Moraes / 27’

Nada está Claro / Laíssa Gamaro / 2'

O Conto da Cartomante / Sergio de Medeiros / 11’

Videoclipe "O Bom e Velho Rock N' Roll" / Daivison Franco Borges / 2'40"

Videoclipe É Assim que eu Levo a Vida / Rodolfo Almeida / 2'30"

Videoclipe Nave S/A / Renan Torres e Marcos Vinicius Colnago / 4'10"

Curta a Educação na terça

O próximo encontro do Cineclube Curta a Educação será na terça-feira, dia 15 de setembro, às 18h. Vamos curtir dois filmes muito bacanas: No Princípio Era o Verbo, de Virgínia Jorge (18min) e BMW Vermelho (22min), de Reinaldo Pinheiro e Edu Ramos

No lírico "No Princípio Era o Verbo", Virgínia Jorge trança com maestria algumas histórias e muita filosofia num bar da periferia de Vitória. Conta com interpretações deliciosas e lúdicas de atores profissionalíssimos, como Emiliano Queirós e Markus Konká, e de amadores que fazem bonito no filme.

BMW Vermelho é uma comédia deliciosa, que tem na atuação de Otávio Augusto seu ponto forte. Um prêmio inesperado num concurso torna a vida do favelado desempregado e de sua família ainda mais complicada.

A exibição acontecerá às 18h, no auditório do Centro de Educação da UFES. Programa bacana no fim da tarde.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Creative Commons e direito autoral

Uma boa apresentação da licença CC. Sinal verde para a criação coletiva.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

domingo, 30 de agosto de 2009

Como Fazer Cinema


PRIMERA LECCIÓN
Sentarse desde que amanece hasta que anochece frente a un árbol sintiendo la luz. Volver siete días seguidos y hacer lo mismo.

SEGUNDA LECCIÓN
Volver en la noche con una linterna e iluminar el árbol desde infinitos puntos.

TERCERA LECCIÓN
Colocarse a un kilómetro del árbol. Mirarlo fijamente y avanzar centímetro por centímetro hacia él hasta que después de algunas horas se tope la corteza con la nariz.

(Las dos primeras lecciones sirven para desarrollar el sentido de la luz. La tercera para desarrollar el sentido de la distancia.)

CUARTA LECCIÓN
Colocarse en un interior o paisaje y moverse pensando que el propio pecho fotografía, luego que la cara fotografía, luego el sexo, luego las manos.

QUINTA LECCIÓN
Ponte en un lugar y siente que eres el centro de él. Luego siente que estás siempre en la superficie alrededor del lugar. Al final rompe la idea de centro y superficie. Estás ahí, todo está en ti y fuera de ti al mismo tiempo. Eres aparte del lugar. Existe el lugar. ¡Tú has desaparecido!

SEXTA LECCIÓN
Busca el color en lo que no tiene color. Toma una página blanca y ve sus colores. Toma una página negra y ve sus colores. Ve los colores de un vidrio transparente. Descubre el arco iris en un pedazo de tierra, en un escupo, en una hoja seca. Expresa el color con materiales sin color. En verdad te pregunto, ¿sabes cuántos colores tiene la piel de tu cara?

SÉPTIMA LECCIÓN
Siente las yemas de tus dedos como si fueran la punta de tu lengua. Apoya las yemas en los objetos del mundo pensando que son frágiles, que la menor presión los puede quebrar. Pídeles permiso antes de tocarlos. Antes de apoyar los dedos en su superficie, siente cómo penetras en su atmósfera. Aprende a sentir y a acariciar con respeto. Cualquier acción que hagas en el mundo con tus manos o tu cuerpo puede ser una caricia.

OCTAVA LECCIÓN
Piensa que los actores viven dentro de un cuerpo como centro de una caverna. Pídeles que no griten con su boca, sino dentro de su boca. Que no expresen con la cara, sino que sientan debajo de la cara. cuando me desespero, desde adentro, doy puñetazos dentro de mi pecho que está inmóvil frente a la cámara. No me expreso con movimientos, sino con vibraciones. Vivo debajo de la superficie. La superficie del río no se mueve, pero tú sabes que lleva corrientes profundas.

NOVENA LECCIÓN
No importan los movimientos de la cámara. Ella debe moverse sólo cuando no se puede quedar quieta. Tú llevas el alimento en la mano. La cámara es un perro. Hazla que con hambre siga al alimento. El hambre hace que el animal se borre. No hay perro, hay hambre, no hay cámara. Hay acontecimientos. Nunca te puedes comer la manzana entera en el mismo instante. Tienes que dar mordiscos. Mientras comes tienes una parte. Debes saber que el trozo que mascas no es la manzana entera. Nunca puedes tener la manzana entera en la boca porque por muy grande que sea tu boca, no puede caber en ella el fruto que es parte del árbol ni el árbol que es parte de la tierra. La pantalla es tu boca. Allí entran pedazos. Partes del accidente. No intentes trabajar con tomas absolutas. No creas que existe la toma mejor. A la manzana la puedes morder en cualquier sitio. Si la manzana es dulce, no importa por dónde empieces a comerla. Preocúpate de la manzana, no de tu boca. ¡Cineasta! Antología de fragmentos, tú también un fragmento; tu película inconclusa, eres parte, eres continuación. No hay cierres. Mata la palabra fin. Empezarás una película el día en que te des cuenta que simplemente continúas. No busques el prestigio. Desdeña los efectos. No adornes. No pienses lo que la imagen va a producir. No la busques. Recibe las imágenes. La caza está prohibida. La pesca permitida.

DÉCIMA LECCIÓN
Nunca trabajes en el papel tus movimientos de cámara. Llega a los sitios pensando que no vas a mover la cámara, que no vas a iluminar, que no vas a inventar. Llega vacío, sin la menor intención. Echa a andar el motor de la cámara y vive. No crees escenas, crea accidentes. Esos accidentes no los crees en dirección a la cámara. Tú no estás haciendo una película, estás metido en un accidente. Parte del accidente son tus movimientos de la cámara.

DÉCIMO PRIMERA LECCIÓN
Y de pronto el gran placer. Una toma pensada con la cámara opinando con luz artificial, con "Actuaciones" (¡un verdadero postre!).

En verdad te digo, por este camino puedes llegar a hacer películas de Hollywood de los años 40. si quieres ser un gran cineasta de vanguardia, vuelve a filmar "Lo que el viento se llevó", exactamente igual, con actores de cuerpos gemelos a los de Clarck Gable y Vivien Leigh. Si logras que tu películas no pueda distinguirse de la original, has pasado a la historia
Alejandro Jodorowsky

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

TV de Bolso em Alegre


A partir de segunda-feira ( dia 24) estarei em Alegre para participar da Semana de Arte do Município e do Entre Comunidades. Lá ministrarei a oficina TV de Bolso, cujo objetivo é facilitar a difusão da cultura local utilizando vídeo de baixa resolução e a web. Para participar da oficina basta ter um celular que grava imagens, ou câmera fotográfica, ou aparelhos tipo MP9, etc.

Também participo com o Cineclube Curta a Educação da programação do evento. Filicio Mulinari, bolsista do Ação Audiovisual, ministrará a oficina de Montagem de Cineclube.

Confira a programação completa da semana na agenda do overmundo.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Inscrições prorrogadas

A V Mostra da Produção Independente da ABD prorrogou inscrições para a mostra competitiva até dia 20 de agosto. Participe! Mais informações no site.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Curta a Educação



Segunda-feira, dia 17 de agosto, surge mais um espaço de reflexão sobre o cinema na Ufes. É o Cineclube Curta a Educação. A proposta do Cineclube Curta a Educação é propiciar um espaço de reflexão sobre o cinema, o vídeo e o seu uso na Educação.

Unindo o projeto de extensão Ação Audiovisual, vinculado ao Programa Entre Comunidades, coordenado por Marlene Martins, ao projeto de pesquisa da mestranda em Educação pelo PPGE Claudia Rangel, na linha de pesquisa Educação e Linguagens, o cineclube Curta a Educação surge como espaço de difusão de obras cinematográficas nacionais e debate de idéias sobre a educação e o cinema. De início o Cineclube conta com a parceria da Programadora Brasil, organização ligada ao Centro Técnico do Audiovisual que atualmente tem um dos maiores catálogos de filmes nacionais de longa e curta metragem. Novas parcerias poderão surgir, ampliando ainda mais as possibilidades de exibição. Apoiando o projeto temos ainda o Polo Arte na Escola e o Centro de Educação.

Os objetivos do Curta a Educação são: proporcionar um espaço de exibição e discussão sobre o cinema e as produções audiovisuais, com ênfase nas produções nacionais; e promover a cultura cinematográfica para os alunos, servidores e docentes da Universidade, bem como demais pessoas interessadas nas relações entre cinema e Educação.

O Cineclube Curta a Educação funcionará no auditório do Centro de Educação (IC IV), durante algumas terças-feiras do segundo semestre de 2009. As sessões serão previamente divulgadas nos murais da universidade e nas listas de e-mail recolhidos durante as exibições.

Para marcar o lançamento, nos dias 17, 18 e 19 de agosto haverá uma programação mais intensa com o tema visões do Brasil.

Confira a programação de abertura:

1- 17/08/09 – 18h - O Brasil caipira no filme: A Marvada Carne, André Klotzel;

2- 18/08/09 – 9h – Cangaço e coronelismo na visão de Glauber Rocha com Deus e o Diabo na Terra do Sol;

3- 19/08/09 – 14h – Gênese do povo brasileiro na visão de Mário de Andrade com Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Parceria boa

O site Overmundo e a TV Brasil sempre estiveram próximos em seus interesses, difundindo conteúdo independente, dinamizando uma estrutura em rede descentralizada, buscando fugir do convencional e dando a devida importância à cultura produzida por brasileiros. Agora ambos se uniram para dar forma a uma idéia muito bacana: difundir na TV Brasil os vídeos postados na rede overmundo.

O Outro Olhar é um quadro de jornalismo participativo da TV Brasil, que tem cerca de 3 minutos e vai ar no telejornal Repórter Brasil, às 21 horas. Nele, vão ao ar vídeos não-ficcionais produzidos de forma independente (pontos de cultura, grupos sociais e cidadãos comuns, alguns de cinegrafistas amadores mesmo) que relatam um pouco das experiências locais e de manifestações culturais no Brasil.

Quem já ficou curioso pode dar uma olhada nos programas que foram ao ar no canal Outro Olhar no YouTube. Aos poucos, esses vídeos que estão lá serão postados também no Overmundo, incrementando o acervo em Creative Commons no Banco de Cultura do site. Para isso foi criado o perfil do Outro Olhar no Overmundo.

Além disso, o pessoal da produção do Outro Olhar (Patrícia Leite e Guilherme Strozi) está de olho no que está circulando no Banco de Cultura do site. Vídeos que tenham o perfil do quadro, com um cunho de registro documental ou um relato jornalístico mesmo que cru, poderão ir ao ar na TV Brasil, em horário nobre.

O primeiro vídeo a ir ao ar, no último dia 29, foi o Catando a sobrevivência, de Denilson Alves e Jhonatas Vicente. A Equipe Overmundo entra em contato com os autores sempre que seus vídeos são selecionados pela produção do Outro Olhar. Em alguns casos, é necessário lançar mão de recursos de edição (geralmente os vídeos devem ficar com cerca de dois minutos, para se encaixarem na grade da emissora) ou legendagem (nos casos em que o áudio estiver prejudicado).

Os vídeos serão selecionados pela equipe do Outro Olhar, com base nos critérios editoriais do quadro. Fica aí então o convite para que a comunidade do overmundo colabore, fazendo a sua parte: conhece uma festa tradicional, entrevistou um artista singular desconhecido, foi a um lugar incrível, poste um registro em vídeo no Overmundo.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Oficina Narrativas Visuais da Natureza

Alguns momentos da oficina Narrativas Visuais da Natureza, realizada durante o Seminário Capixaba do Ensino da Arte - Espaços de Formação.
Os trabalhos realizados nesta e nas outras oficinas ministradas durante o Seminário Capixaba de Ensino da Arte - Espaços de Formação serão publicados no site do Polo Arte na Escola. Aguardem.
(Fotos de Tatiana Rosa)

domingo, 28 de junho de 2009

V Mostra de Produção Independente da ABD&C - Cinema em Negro e Negro



A V Mostra Produção Independente da ABD&C/ES, vai acontecer em outubro de 2009 (de 13 a 17). O tema desta edição é o cinema negro. Com o título “Cinema em Negro & Negro”, o evento exibirá em sua mostra não competitiva produções relacionadas com a temática produzidas no Espírito Santo, no Brasil e em países africanos. Entre os destaques do evento, está o cineasta Zózimo Bulbul, que fará a curadoria da programação de uma das noites e estará presente para debater a sua cinematografia.

A Mostra Competitiva já está recebendo inscrições. Realizadores locais podem inscrever os seus trabalhos até o dia 10 de agosto através do site da ABD&C Capixaba. Poderão se inscrever produções capixabas que não tenham sido selecionada em nenhuma das mostras anteriores da ABD&C/ES, não importando duração, gênero, formato ou ano de finalização ou tema. Os filmes que trabalharem a temática racial concorrerão a uma premiação especial.

Além das exibições, a Mostra terá em sua programação um seminário para tratar da produção audiovisual do cinema negro, envolvendo o circuito cultural Brasil e África. Para isso, contará com a presença de realizadores convidados que debaterão os seus filmes com o público.

Durante o evento, serão lançados a 2ª edição da revista Milímetros, que trará um panorama do cinema negro no Brasil, e o DVD Coletânea com as produções exibidas na Mostra Competitiva. Oficinas de realização e cineclubismo também serão oferecidas para público do evento. Toda a programação da V Mostra Produção Independente é gratuita.

A lista com o nome das produções selecionadas para a Mostra Competitiva será divulgada no dia 17 de agosto de 2009 no site da ABD&C/ES. Os dois filmes premiados na V Mostra Produção Independente serão divulgados na última sessão da Mostra que acontecerá no Cine Metrópolis-Ufes, no dia 17 de outubro, a partir das 20h.

As produções selecionadas concorrerão ao prêmio de melhor filme capixaba e ao prêmio especial para obras audiovisuais que tratem do tema do evento. As obras da Mostra Competitiva também farão parte do DVD Coletânea, que será distribuído gratuitamente e sem fins comerciais.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

No princípio era o verbo


Para quem ainda não viu e para quem quer rever é uma ótima oportunidade: quinta-feira, dia 25 de junho, tem exibição do curta da Virgínia Jorge "No Princípio Era o Verbo" dentro da programação do VIII Seminário capixaba de Ensino da Arte - Espaços de Formação. O curta será exibido no Metrópolis Cineclube, na Ufes, às 8h da manhã. Após a exibição haverá espaço para um bate-papo rápido com o público (bem rapidinho, pois a mesa redonda do Seminário começa em seguida!

O filme é uma pequena (18min) pérola da cinematografia nacional. Uma história singela, com interpretações deliciosas (destaque para Emiliano Queiroz) que encerra em si uma profunda reflexão filosófica sobre a vida.

Currículo do filme:
- XII Vitória Cinevídeo: Prêmio de Júri Popular
- Exibido no Guarnicê
- 8º Festival Internacional de Curtas-metragem de BH: Melhor Curta-metragem em 35mm segundo a crítica e Melhores Atores Brasileiros para Darcy do Espírito Santo e Fábio Matos
- 34º Festival de Cinema de Gramado: Prêmio Especial do Júri, Melhor Roteiro, Prêmio Aquisição Canal Brasil
- 17º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo: Prêmio Espaço Unibanco de Cinema
-Exibido no Festival de Cinema de Goiânia
-Exibido no Festival Audiovisual de Varginha
- Vencedor do 1º AXN Film Festival
- Exibido no Curta Cinema 2006
-Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual: Prêmio de Melhor Ator para Augusto Madeira
- Curta SE 7: Melhor curta em 35mm, Melhor filme segundo o Júri Popular
- 11º Festival Brasileiro de Cinema de Miami: Melhor Direção de curta-metragem e melhor Filme de curta-metragem.

sábado, 30 de maio de 2009

a cidade que mora em mim





Oficina realizada no Curso de Formação e Atualização em Saúde Mental, dia 23 de maio. O curso começou em abril e acontece todos os sábados na Ufes. O tema do curso nesse sábado foi a ocupação de território: a cidade. Pela manhã aconteceu a mesa redonda com Fernando Schubert (ativista de ocupação de territórios), Luis Antônio Batista, prof. da UFF, Milton Esteves, prof. da Ufes e Moema Rebouças, da Ufes. À tarde os participantes discutiram a articulação entre os temas tratados e o seu cotidiano no trabalho. O dia terminou com a oficina A Cidade que Mora em Mim, na qual participei como oficineira. Foi a minha primeira participação na oficina e foi uma experiência muito gratificante trabalhar, numa mesma sala, com psicólogos, cuidadores, estudantes e usuários dos Capes da Grande Vitória.

domingo, 26 de abril de 2009

Narrativas visuais da natureza

De 23 a 26 de junho acontecerá o VIII Seminário Capixaba sobre o Ensino da Arte, em Vitória. A coordenação do evento é da Prof. Dra. Moema Rebouças, minha orientadora no mestrado, e das professoras do Centro de Artes Dra. Maria Gorete Dadalto (Departamento de Desenho Industrial) e Dra. Maria Auxiliadora Corassa (Departamento de Música e Teoria da Arte).

Durante o evento, que será transmitido em tempo real para os polos da EAD do interior do estado, realizarei a oficina Narrativas Visuais da Natureza, cujo objetivo é proporcionar aos participantes elaborar e organizar a narrativa visual por meio da fotografia e compreender as especificidades dos modelos narrativos visuais.

Os participantes farão um passeio pelo Parque da Pedra da Cebola, onde farão a captura das fotografias em meio digital (câmeras, celulares, MP4, etc). Depois, o material será editado e mostrado para toda a turma, que analisará os trabalhos.

Contar uma história por meio da fotografia, usando para isso recursos comuns no dia a dia (câmeras simples, celulares, computador doméstico, etc) é uma forma de fixar algumas noções básicas da imagem fotográfica, tais como enquadramento e plano, espacialidade e continuidade, etc.

A atividade é uma forma de introduzir um diálogo entre os professores de artes e os demais professores da escola: o tema natureza é vasto para tratar de disciplinas tais como Geografia (paisagens vegetais, recursos naturais, meio ambiente e meio social, construção e ocupação do espaço, etc), História (Mitos da Criação, concepções da humanidade sobre a natureza ao longo do tempo, etc), Ciências Naturais (Biologia, Zoologia, Ecologia, Química), Filosofia (a mimesis grega - os conceitos de imitação e representação), Linguagens (música, poesia, literatura, etc).

Alguns exemplos sobre as diferentes formar de representar a natureza ao longo da História:
Pintura na rocha - Serra da Capivara

Egito

Afresco Villa Lívia - Roma

Japão - vento

Bruegel - A Queda de Ícaro

Turner - naufrágio

Monet - Giverny

Ansel Adms - Rocks




terça-feira, 17 de março de 2009

Cinema Poesia



Escrevi sobre A Via Láctea aqui. Revi hoje o trailer no youtube e me deu uma vontade enorme de rever o filme. Pena ser tão difícil encontrar os bons filmes nacionais nas nossas locadoras.

domingo, 15 de março de 2009

Visões Periféricas

Estão abertas, até 17 de maio, as inscrições para o Festival Audiovisual Visões Periféricas, que pretende reunir, entre os dias 21 a 26 de julho, no Rio, o que há de mais inovador na produção nacional de vídeos vinculados a escolas e oficinas de audiovisual, realizadas nas múltiplas periferias do Brasil, desde uma favela, comunidade quilombola ou aldeia indígena. A versão 2009 do festival quer ampliar ainda mais o intercâmbio de culturas, e para isso realiza também uma Mostra Ibero-Americana de produções latinoamericanas, Portugal e Espanha. Paralelo ao festival e à Mostra será realizado o Seminário de Educação e Audiovisual, um espaço de debate e reflexão sobre as experiências populares e informais de ensino.

Além da competitiva, o Visões Periféricas 2009 terá as mostras temáticas Cinema da Gema, Periferia Animada, Fronteiras Imaginárias, Mostra Homenagem (homenageando um cineasta cuja filmografia está voltada para o universo popular) e a Tamojuntoemisturado que reunirá produções de até três minutos realizadas através de aparelhos celulares e câmeras fotográficas.

O regulamento do festival pode ser encontrado no site (link no título). O Festival acontecerá na Caixa Cultural, RJ.

sábado, 14 de março de 2009

Benjamin e o cinema



Fragmentos de reflexões em A Obra de Arte na era da Reprodutibilidade

A Fotografia
Pela primeira vez no processo de reprodução da imagem, a mão foi liberada das responsabilidades artísticas mais importantes, que agora cabiam unicamente ao olho. Como o olho apreende mais depressa do que a mão desenha, o processo de reprodução das imagens experimentou tal aceleração que começou a situar-se no mesmo nível da palavra oral.

A autenticidade da obra de arte
Generalizando, podemos dizer que a técnica da reprodução destaca do domínio da tradição o objeto reproduzido

E, na medida em que essa técnica permite à reprodução vir de encontro ao espectador, em todas as situações, ela atualiza o objeto reproduzido. Esses dois processos resultam num violento abalo da tradição, que constitui o reverso da crise atual e a renovação da humanidade. Eles se relacionam intimamente com os movimentos de massa, em nossos dias.


A destruição da aura da obra de arte
(...) com a reprodutibilidade técnica, a obra de arte se emancipa, pela primeira vez na história, da sua existência parasitária, destacando-se do ritual”. (...) Mas no momento em que o critério de autenticidade deixa de aplicar-se à produção artística, toda a função social da arte se transforma. Em vez de fundar-se no ritual, ela passa a fundar-se em outra práxis: a política.


A reprodutibilidade técnica e a arte cinematográfica

Nas obras cinematográficas, a reprodutibilidade técnica do produto não é (...) uma condição externa para sua difusão maciça. A reprodutibilidade técnica do filme tem seu fundamento imediato na técnica de sua produção. (...) O filme é uma criação coletiva.


O decisivo, aqui, é que no cinema, mais que em qualquer outra arte, as reações do indivíduo, cuja soma constitui a reação coletiva do público, são condicionadas, desde o início, pelo caráter coletivo dessa reação. Ao mesmo tempo em que essas reações se manifestam, elas se controlam mutuamente.

A recepção através da distração, que se observa crescentemente em todos os domínios da arte e constitui o sintoma de transformações profundas nas estruturas perceptivas, tem no cinema o seu cenário privilegiado

Domésticas, o filme


“Sabe quando alguém pergunta a uma criança o que ela vai ser quando crescer? Ela responde médico, professora, bailarina, artista de novela... Ninguém diz que quer ser doméstica. Porque isso não é uma opção de vida: isso é uma sina que a pessoa tem”. Assim Roxane, um dos personagens do filme Domésticas, fala de sua profissão. Essa reflexão do personagem revela um olhar preconceituoso sobre o trabalho de doméstica. Ele não é visto como uma profissão que pode ser seguida como carreira, mas como uma sina, como algo que o destino reserva a algumas pessoas. E não é uma reflexão vã: o trabalho doméstico, muitas vezes a única opção de emprego para grande parte da população pobre do país, é visto como um trabalho menor, a ser realizado por pessoas sem capacitação. Isso não é coisa de agora: do Brasil colonial, em que trabalho doméstico era feito pelas escravas e seus filhos, ao Brasil pós-escravatura, em que ele continuou a ser executado pelos descendentes desses escravos acrescido de um contingente de brancos pobres, a figura do trabalhador doméstico se instalou em nossa cultura como a de um trabalhador menor, que, muitas vezes recebia como remuneração do seu trabalho moradia e comida, numa relação de falso parentesco – o agregado – que perpetuava o trabalho escravo, disfarçando-o de caridade.

Num país de tradições colonialistas, que conviveu com o trabalho escravo durante quatro séculos, o trabalho doméstico é ainda considerado um subemprego. E os profissionais que atuam nessa área são muitas vezes vistos pelos patrões como um mal necessário: é preciso ter em casa alguém que limpe o banheiro, lave a roupa, tire o pó e arrume a gaveta. Existe uma inegável desvalorização das atividades domésticas em detrimento a outros tipos de trabalho. Mesmo a dona de casa comum não tem seu trabalho valorizado e reconhecido como deve ser. Mulheres que trabalham fora sabem que ao chegar em casa terão toda a carga dos serviços domésticos para realizar, dobrando assim sua jornada de trabalho sem terem reconhecido pela família e pela sociedade esse duplo esforço. É um trabalho sem fim (todos os dias a comida tem que ser feita, a cama arrumada, a roupa lavada...) e não gera lucro visível. E a lógica do capitalismo não permite a valorização de um trabalho que não gera lucro.
Encravada no inconsciente coletivo da nossa cultura, a desvalorização do trabalho doméstico tem como conseqüência uma ausência de olhar sobre os profissionais que exercem essas atividades. Domésticas, o Filme, inverte essa ótica - ou ausência de ótica. Nele um exército invisível de domésticas, porteiros, faxineiros e entregadores é o protagonista da história. É para eles que as câmeras e a atenção do público se volta. No lugar do hall de entrada, a garagem. No lugar dos restaurantes e shopping center da classe média, ônibus, favelas e a caótica paisagem da periferia paulista.

Não podemos deixar de lembrar, no entanto, que se Domésticas, o filme é um foco lançado sobre essa classe de trabalhadoras, é também, antes de tudo, um olhar da classe média sobre elas: os personagens são caricaturas (bem feitas, mas ainda assim caricaturas) de personagens reais. Os dramas e comédias do filme são estereótipos de dramas e comédias reais. Mas, ainda assim, o filme consegue atingir alguns pontos fundamentais para uma reflexão sobre a questão do trabalho doméstico. A narrativa, em tom de comédia, não deixa de colocar o dedo na ferida da exclusão social.
Um dos pontos altos do filme é a trilha sonora. A trilha sonora original, composta por André Abujanra, utiliza como instrumentos as ferramentas de trabalho desse universo profissional: rodos, vassouras, baldes e aspiradores de pó, acompanhados de coros de vozes. Os clássicos da música brega nacional (Marcio Greik, Sidney Magal e Waldik Soriano, entre outros) que parecem sair direto de um radinho de pilha, nos levam direto para a cozinha e a área de serviço. Para expressar a violência da periferia de São Paulo, a batida seca do contemporâneo rap urbano, que marca tom pesado da vida na periferia pobre das grandes cidades. Esses três elementos musicais compõem poeticamente a ambientação do universo dos personagens, dosando o romantismo ingênuo com a violência das grandes cidades, ambos fatores presentes na vida dessa categoria de trabalhadoras.

Somando-se à música, a fotografia expressionista e a direção de arte primorosa colocam em primeiro plano, ao invés da sala de estar, a área de serviço, evidenciando a identidade cultural de uma categoria profissional marginalizada. Por fotografia expressionista podemos entender o tom carregado nas cores em algumas cenas e a iluminação marcada de sombras em outras, que evidencia o clima das cenas. O ritmo da montagem chama a atenção ao criar espaços de diálogo entre o espectador e o filme. Um dos exemplos disso é o conflito do personagem Gilvan entre casar, ter filhos e seguir carreira de trabalhador honesto ou entrar para uma vida de crimes. Na montagem, esse conflito é expresso pela edição paralela de dois planos simétricos: sua conversa com a namorada Raí e, ao mesmo tempo, com seu amigo. Num dos planos, os personagens estão à direita da tela e no outro à esquerda, deixando claro a divisão de Gilvan entre dois lados contrários, duas opiniões divergentes. Às vezes metalingüístico, o filme não deixa que o espectador esqueça que aquilo é ficção. Ao utilizar simultaneamente a fotografia a cores e em preto e branco (quando os personagens falam diretamente para o público) a narrativa permite que o público alterne sua atenção entre a diversão da comédia bem feita e a reflexão sobre a denúncia social, deixando na consciência do espectador alguns questionamentos importantes sobre a realidade do trabalho doméstico.

Um tripé.

A questão do trabalho doméstico é uma pedra no sapato da nossa sociedade. A discriminação da categoria é histórica e se expressa na ausência de proteção da lei e na lentidão com que os nossos legisladores tratam do assunto. Muitas vezes a única alternativa de trabalho para a maior parte das mulheres pobres, semi alfabetizadas e sem preparo profissional para carreiras mais desejadas, o contingente de mulheres empregadas como domésticas no Brasil vem aumentando a cada ano: segundo dados do IBGE de 2003, mais de seis milhões de pessoas trabalham em serviços domésticos. Essa estatística não computa os que nem sequer têm seus direitos trabalhistas garantidos por meio da carteira de trabalho. Desses seis milhões de trabalhadores domésticos, 93% são mulheres. E dentro do percentual de mulheres trabalhadoras domésticas, 57% é formado por mulheres negras. Portando, a desvalorização do trabalho doméstico presente no nosso cotidiano e em nossas leis deixa claro um tripé discriminatório: discriminação da pobreza, do gênero e da raça. Ao rebobinarmos o filme de nossa história podemos ver que o conceito de inferioridade racial forjado pela colonização e a tradição patriarcal da nossa cultura latina até hoje mantém de pé a desvalorização do trabalho da mulher, principalmente o da mulher negra.

Mais grave ainda é o fato de que 1,2 milhão de crianças, a maioria meninas negras e pardas entre dez e doze anos, trabalham como domésticas sem nenhum vínculo empregatício (dados do ministério público). A maioria trabalha 8 horas por dia, sem direito a folgas semanais e descanso remunerado; quatro por cento dessas meninas já sofreram maus tratos ou abusos sexuais no ambiente de trabalho. Segundo do Ministério Público é difícil fiscalizar esse tipo de trabalho abusivo, já que se desenvolve dentro das casas e é, muitas vezes, disfarçado pela guarda da menor trabalhadora concedida ao “empregador”.

Personagens ou mulheres reais?

Mais que um filme sobre esse universo de trabalhadoras, Domésticas é um importante instrumento de reflexão sobre a mulher e o lugar que a ela é reservado em nossa sociedade. Por meio dos personagens Quitéria, Roxane, Raí, Cida e Cléo, o filme discute a condição feminina com leveza e propriedade, mostrando a luta que todas as mulheres, domésticas ou não, enfrentam no dia a dia para terem seus sonhos e seus direitos reconhecidos.

As domésticas do filme foram tão bem caracterizadas que as cinco atrizes principais dividiram o prêmio de melhor atriz no Festival de Recife em 2001. As cinco personagens que elas representam formam um mosaico colorido e multifacetado de mulheres trabalhadoras domésticas com seus sonhos, suas ambições, suas dores, seus amores e seus desejos.

Cléo não sabe se acredita em reencarnação. Afinal, por que ela estaria amargando uma vida de trabalho exaustivo e quartos apertados se sua bisavó foi escrava, sua mãe doméstica, e ela dá continuidade à história familiar acreditando que o melhor para a sua filha é um emprego de babá? Cléo duvida que pode romper o ciclo milenar da exclusão a que está fadada. Sua filha, porém, acredita que pode mudar sua história. Aí começa o sofrimento de Cléo, em busca da filha que foge de casa para fugir da “sina” de doméstica.

Roxane acredita que o seu trabalho é uma alternativa temporária de sobrevivência. Ela não é doméstica, está doméstica. E vai à luta para conseguir sua tão sonhada ascensão social. Seus sonhos esbarram, porém, na exclusão reservada à mulher sem formação escolar. Em busca da ascensão social, Roxane resvala para a prostituição.

Quitéria não tem sonhos. Na sua ingenuidade, acredita que a doméstica numa casa é como uma geladeira ou uma máquina de lavar quebrada: se não funciona como deve, troca-se. E assim vai levando a vida, de patroa em patroa, de casa em casa, esperando que um dia isso tudo termine. Sem família, dependente do emprego de doméstica para sobreviver, Quitéria é um resquício da senzala perdida no tempo.

Rái não gosta de ser chamada pelo seu nome de batismo - Raimunda - que denuncia suas raízes nordestinas, e espera encontrar no casamento a sua felicidade. Ocupa seu tempo livre na busca do seu príncipe encantado, que nem precisa ser tão encantado assim. É ela quem põe um ponto de interrogação no conflito da mulher moderna entre a solidão e o casamento, entre a realização pessoal e profissional e a realização pela formação de uma família.

Já Cida sabe que o casamento não é sinônimo de felicidade e vai à luta por um relacionamento que a satisfaça. O marido indiferente é substituído pelo amante fogoso e ela encontra nesse relacionamento o equilíbrio para enfrentar seu pesado dia a dia de diarista.

Cada uma delas com seus sonhos – ou ausência de sonhos – vai mostrando ao espectador, de forma leve e bem humorada, a realidade dura e seca da pobreza nas grandes cidades. Em sua maioria, essas mulheres / personagens são oriundas do interior do país e vêm para São Paulo em busca de trabalho. Representam a obstinação de um povo em sobreviver às condições de pobreza a que foram submetidos pelo nascimento. O filme ilustra o que acontece com outras tantas mulheres que saem de suas cidades de origem e deixam suas famílias ainda muito jovens para buscar o sonho de sobreviver dignamente numa grande cidade. Mas embora a dignidade possa caber num apertado quarto de empregada, a realidade da cidade grande é muito maior que o sonho de qualquer moça do interior.

Domésticas, o filme - Fernando Meirelles, 2001

quarta-feira, 11 de março de 2009

Para não dizer que não falei de flores...


Sem dúvida, quando se fala de cinema e educação, Ilha das Flores, de Jorge Furtado, é o documentário mais exibido pelos professores brasileiros. Não sem mérito. Até hoje o filme é modelo para novas produções em cinema e vídeo.
Olhem só a quantidade de prêmios que o documentário conquistou pelo mundo afora..
Urso de Prata no Festival de Berlim 1990
Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand 1991
Melhor Curta no Festival de Gramado 1989
Melhor Edição no Festival de Gramado 1989
Melhor Roteiro no Festival de Gramado 1989
Prêmio da Crítica no Festival de Gramado 1989
Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo 1991

Sem dúvida, se houvesse uma premiação para o filme mais visto e debatido por professores e estudantes, Ilha das Flores estaria no topo da lista!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Um diálogo entre a Ordem do Discurso, de Foucault, e as Táticas em Certeau: observações sobre a linguagem praticada com base na obra dos dois autores.

A obra de Michel de Foucault (1926 -1984) é, incontestavelmente, referência para qualquer pesquisador que se proponha à análise social em vários campos de conhecimento. Poucos pensadores do século XX tiveram repercussão tão grande quanto o francês e menos ainda tiveram suas obras lidas fora das academias. O que o tornou uma referência universal foi o caráter inovador de sua obra: Foucault analisou, sob um ponto de vista bastante inédito, questões que possibilitaram uma nova abordagem das instituições sociais e das estruturas do pensamento (ou sistemas, como ele chamava). Com isso desvendou a relação entre as práticas discursivas e os poderes nelas intrínsecos. Mais do que isso, ele construiu um aparato instrumental para essas análises, traçando uma metodologia que ainda é referência nas pesquisas sociais. A importância de sua obra na educação é incontestável. Sua análise das disciplinas como um discurso organizado do poder e da escola como um instrumento adestrador do corpo contribuíram para a formulação de novas maneiras de pensar o processo ensino / aprendizagem, fora dos rígidos padrões que Foucault apontou em seus escritos. Apesar de sua formação em Filosofia e Psicologia, Foucault preferia referir-se a si como um arqueólogo do saber.

Michel de Certeau (1925-1986) era contemporâneo e conterrâneo de Foucault. Além disso, mantinha com ele uma relação de amizade e admiração, expressa em sua obra fundamental, A Invenção do Cotidiano, na qual ele utiliza-se basicamente da obra de Foucault, além de Wittgeinstein e Benveniste, para delinear alguns conceitos que são particularmente caros aos estudos atuais nas áreas da Comunicação, da Educação e da Cultura. Embora a sua obra tenha sido dirigida aos estudos da linguagem e da cultura, ela é base, hoje, de pesquisas em várias áreas. Na Educação, particularmente, Certeau é um guia nas pesquisas fundadas no cotidiano escolar. O que há de inovador na obra de Certeau são os conceitos de estratégia e de tática que definem, por sua vez, os conceitos lugar próprio e lugar praticado. Embora tenha ancorado sua obra na análise de Foucault, particularmente no livro Vigiar e Punir, Certeau aponta outro viés para a questão do discurso como um lugar do poder. Para ele, pessoas e sociedades se valem do discurso como um lugar onde podem trançar seus próprios sentidos a partir das delimitações espaciais do discurso fundador, subvertendo, assim, o que Foucault apontou como a ordem do discurso e apropriando-se dela para, numa negociação sem fim, imprimir ali também sua marca. Essa negociação é feita com base no que Certeau chamou de táticas que, ao mesmo tempo em que surgem a partir de um lugar próprio, delineado pela estratégia (ou o discurso do poder), transformam-no num lugar praticado.

Por meio desse rápido panorama dos dois pesquisadores podemos ver, a princípio, um ponto comum entre eles: ambos utilizam a espacialidade como metáfora nas suas análises do discurso. Para ambos a linguagem é uma construção arquitetônica na qual o indivíduo se movimenta e interage com o outro. Porém, a construção proposta por Foucault é a própria do discurso que ele desnuda. Ele se vale exatamente da arquitetura panóptica, colocando-se na posição de observador onipresente e onisciente, para denunciar a manutenção do poder nas bases da sociedade por meio do discurso organizado, conforme ele deixa claro nessa fala:

“suponho que em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade” 1 .

Assim, para Foucault, o discurso é uma estratégia de dominação. Certeau, ao contrário, aponta para a subversão da ordem do discurso por meio das táticas, comparando a linguagem ao traçado de uma cidade (lugar próprio), onde cada morador faz o seu próprio caminho (lugar praticado), construindo (se) ao longo da caminhada permanente. Enquanto Foucault aponta as estruturas permanentes de controle no discurso, ou o que ele chama de as microfísicas do poder, Certeau aponta para as fissuras das quais o sujeito se vale para subverter essa ordem e imprimir ali sua marca por meio da ação: “ela (a verdade) será resultado de um trabalho – histórico, crítico, econômico. (...) A partir de agora, a identidade depende de uma produção, de uma caminhada interminável (...) o ser se mede pelo fazer” 2. Assim, se em ambos o discurso é uma construção arquitetônica, em Foucault essa construção já está pronta e é delimitadora, adestradora e perpetua a sujeição do indivíduo ao poder difuso das instituições, enquanto que em Certeau ela é o ponto de apoio para “Diferentes usos e diferentes práticas (que) produzem uma pluralidade de resultados (a cultura do plural)” 3.

Outro fator nos quais os dois pesquisadores se diferenciam é a base da pesquisa de cada um deles: Foucault preocupa-se em ancorar sua pesquisa no discurso instituído, colocando as formas ordinárias de discurso fora do seu campo de estudos, embora reconheça a existência delas quando se refere aos “princípios de exclusão” (a interdição e a rejeição) e tenha se preocupado em suas pesquisas basicamente com os excluídos, conforme nos demonstra as publicações A História da Loucura (1961), Vigiar e Punir e a obra inacabada História da Sexualidade, entre outras. Assim, o que interessa a Foucault são as estratégias do poder institucional presentes no discurso. Em A Ordem do Discurso, ele deixa poeticamente claro a importância que o discurso instituído ou institucional tem para sua obra:

“O desejo diz: “eu não queria ter de entrar nesta ordem arriscada do discurso; não queria ter de me haver com o que tem de categórico e decisivo; gostaria que fosse ao meu redor como uma transparência calma, profunda, indefinidamente aberta, em que os outros respondessem à minha expectativa, e de onde as verdades se elevassem, uma a uma; eu não teria senão de me deixar levar, nela e por ela, como um destroço feliz”. E a instituição responde: “você não tem por que temer começar; estamos todos aí para lhe mostrar que o discurso está na ordem das leis; que há muito tempo se cuida de sua aparição; que lhe foi preparado um lugar que o honra mas o desarma; e que, se lhe ocorre ter algum poder, é de nós, só de nós, que lhe advém”.”

Certeau, ao contrário, fundamenta seus estudos na linguagem oral do cotidiano. Para ele a oralidade é o fundamento da relação social e exerce um papel central na constante recriação do espaço discursivo, por meio das interações com o lugar que é a fala. Ele acredita que o significado é fruto do uso cotidiano da linguagem, e não apenas da produção institucional dela. De acordo com Josgrilberg (2005,p.50) Certeau define a estratégia como

“[...] o cálculo, a manipulação de relações de poder, tornadas possíveis pelo isolamento - sustentado pelo desejo e poder – de um objeto, as estratégias organizam, determinam um lugar que pode ser administrado em relação uma exterioridade composta de alvos e ameaças3.

Embora reconheça o jogo da estratégia, Certeau acredita que o controle da história e das práticas cotidianas é, porém, uma ficção, pois a existência das táticas torna o discurso um ato performativo, um lugar praticado, ou seja, um lugar onde o sujeito dialoga e interfere no discurso institucional, tornando o controle apontado por Foucault uma ficção.

Certeau utiliza o exemplo do equilibrista na corda bamba para pensar o movimento advindo das táticas e da constante reorganização do lugar. Na corda bamba o equilíbrio acontece em pleno movimento, quando o equilibrista recria a cada passo um novo equilíbrio, que nos remete ao ditado popular que diz que o caminho se faz ao caminhar:

“Em suma, um equilíbrio anterior no espaço funciona como a base para intervenções que criarão novos equilíbrios. Parar seria uma ilusão, indicaria a confiança no próprio lugar. Trata-se, portanto, de uma série infindável de partidas.3

Certeau aponta que os relatos orais têm um papel central nessa recriação infindável do equilíbrio no espaço do discurso: são eles os movimentos que mantêm esse equilíbrio constante. Assim, para Certeau, a prática da oralidade não é um mero ato de consumo passivo e de repetição de um discurso já dado: é também um ato produtivo, performático, que traz em si uma pluralidade de códigos e referências. Com isso, Certeau aponta para a “tensão entre a “gramática que controla” e a enunciação que a atualiza3.

Certeau, assim como Foucault, preocupa-se em desvendar as microrrelações de poder no discurso. O que os diferencia nessa busca é a crença de um e de outro nas funções desses micro poderes e micro relações. Enquanto Certeau crê que elas deslocam as fronteiras da dominação imposta pelo discurso do poder, minando-o por meios das táticas, Foucault acredita que elas perpetuam essa dominação. Mas, em sua obra, Foucault termina por demonstrar exatamente o contrário daquilo que pretende provar: que o discurso do dominador não é tão rígido e impermeável assim, uma vez que o próprio pesquisador pode desvendá-lo por meio de suas rigorosas pesquisas históricas (ou arqueológicas, como ele diria). Como aponta JOSGRILBER (pag. 88), Foucault utiliza-se das táticas apontadas por Certeau ao utilizar uma visão panóptica da realidade para observar, descrever e analisar as estratégias disciplinares, traçando, em seus relatos, novas possibilidades de reconhecer e recontar a microfísica do poder que ele aponta. Assim, Foucault entra em contradição com seu próprio objeto ao usar, selecionar e dividir o material base de sua pesquisa e, a partir dele, pensar o aparato disciplinar. Foucault também situa o discurso como “um jogo (...) que jamais põe em jogo senão os signos. O discurso se anula, assim, em sua realidade, inscrevendo-se na ordem do significante.”1 Porém, é em Certeau que encontramos elementos do jogo apontado por Foucault: estratégias e táticas nada mais são do que elementos do jogo e da guerra. E, tanto um quanto a outra têm relação com a luta pelo poder.

Portanto, ambos os pensadores se contradizem na fundamentação básica do seu pensamento: Foucault, que acredita na imutabilidade da ordem do discurso, acaba por comprovar com suas pesquisas que o discurso é passível de ser reorganizado, seccionado, analisado e reinterpretado, como qualquer outro objeto da ciência, a partir de um instrumental apropriado – a História, a Psicologia e a Filosofia. Certeau, que acredita que o discurso é uma construção que se faz e é feita permanentemente pelos falantes, um lugar definido pelo constante devir, acaba por inseri-lo na ordem do discurso de Foucault ao batizar seus conceitos a partir de signos utilizados nos jogos e nas guerras.

Os críticos de Foucault o acusam de pessimista. Os críticos de Certeau apontam a sua metáfora de guerra e de jogo como uma estrutura binária, A versus B, que indica um jogo de forças entre duas organizações monolíticas3. O que é incontestável na obra tanto de um quanto de outro é a contribuição que ambos deram aos estudos sociais. Foucault, ao apontar o dedo para as estruturas do discurso do poder, nos chama a atenção sobre elas, enfatizando o que nelas nos aprisiona e, com isso, nos liberta da prisão desse discurso. Certeau, ao enfatizar o papel da cultura oral e popular na formação do discurso, traz para a pauta uma gama enorme de novas possibilidades de pensar e estruturar a linguagem. E, ao mesmo tempo, nos coloca em um lugar dinâmico, onde todo o equilíbrio deve ser base para um novo equilíbrio e a imutabilidade das coisas deixa de existir: podemos nos reconstruir a cada dia, como sujeitos, como cidadãos, como sociedade.

Referências Bibliográficas:

1 – FOUCAULT, Michel – A Ordem do Discurso. Ed. Loyola. 1996

2- CERTEAU, Michel – A Invenção do Cotidiano – citado em JOSGRILBER, Fábio B. – Cotidiano e Invenção – os espaços de Michel de Certeau. Ed. Escrituras. 2005

3- JOSGRILBER, Fábio B. – Cotidiano e Invenção – os espaços de Michel de Certeau. Ed. Escrituras. 2005